quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Especial Filmes: Pedofília Através da Internet


Hoje começa a série do Blog onde escrevo sobre filmes relacionados a Psicologia ou Psiquiatria. Se conhece algum filme, pode me indicar. :D 
Eu resolvi escrever sobre o assunto depois de assistir ao filme "Confi@r (Trust)" na Netflix. O filme conta a história de uma adolescente de 14 anos que foi seduzida virtualmente e como sua família lida com isso.
     Hoje em dia ainda é muito comum, mas ainda é um assunto pouco falado. A última noticia que encontrei sobre pedofilia na internet é de 28 de junho desse ano. 50% dos casos aumentaram no Rio de Janeiro, está mais comum do que a gente imagina. Normalmente acontece com meninas em uma faixa de 10 a 16 anos, por redes sociais ou chats online, sem o menor conhecimento dos pais que na minha opinião deveriam estar por dentro de tudo que a filha está fazendo nas redes sociais. Os agressores não têm um padrão a seguir, cada um age de uma forma diferenciada. Mas eles têm algo em comum, como por exemplo o fato de que a maioria de suas vitimas tem problemas com os pais, problemas na escola, de auto estima ou dificuldade de socialização. Eles a seduzem dizendo exatamente o que elas querem ouvir, contornando a situação de uma forma que pode até ser considerada profissional, mas eles apenas têm experiência no assunto e sabem como o fazer. Neste filme pude ver como um ser humano pode entrar na mente de uma criança de forma covarde. Como os pais de Anne sofreram junto com ela e como principalmente seu pai, não soube lidar com a situação, talvez até pior que ela mesma.
     Os pais (os dignos) querem sempre proteger seus filhos e evitar que qualquer coisa de ruim aconteça. mas isso nem sempre é possível. Quando algo muito grave acontece, algo que ninguém poderia evitar, nem mesmo eles. eles se culpam em primeiro lugar. No pensamento de um pai e uma mãe quem deveria estar lá para impedir tudo eram eles. Eu não acho que devêssemos chamar de culpa, mas é sim uma responsabilidade dos pais ficarem encarregados de preparar seus filhos e alertá-los do que acontece no mundo virtual e o que seus têm de evitar. Não concordo e nem nunca concordei com crianças tendo redes sociais, eu tive bem cedo, aos 10 anos. Porem, acredito que como os meus pais, todos devem fiscalizar e ficar atentos a conversas comprometedoras. Invasão de privacidade? Não. Pai e mãe não invade a sua privacidade até que você complete 18 anos ou a conquiste. O trauma deixado em Anne afetou ela e sua família inteira, porem, não adianta se culpar depois que já está feito. O importante é a família apoiar e estender a mão para a vítima. Isso é o pior trauma que pode ser deixado na vida de uma garota, uma criança. Os pais jamais vão conseguir apagar de suas memórias que sua filha perdeu a inocência tão nova, e que foi violentada de uma forma tão covarde e desumana como essa. Estupro é torturante, mas pra uma criança que não tem maturidade e não saberá lidar com isso tão cedo, é pior. Uma criança não tem estrutura física e nem emocional para suportar o baque de uma violação como essa, que passa de física para espiritual.      
     Depois de assistir a esse filme percebi que o que acontece por trás disso vai muito mais além do que eu imaginava. Acho que é um assunto que deve ser mais mencionado entre os pais e seus filhos, não tema conversar sobre sexo, conversar sobre assuntos e a preparar para situações deste tipo. Sempre passe confiança a seu filho, demonstrando que ele pode confiar em você para tudo, porque na maioria das vezes eles escondem e mentem por medo dos pais julgar e não entender. Procure sempre saber onde seu filho está e com quem, seja presente, porem não seja sufocante.