domingo, 30 de abril de 2017

Bullying, de novo!

    Escrevi sobre bullying aqui no dia 26 de novembro de 2013, 2 dias depois que criei o blog, escrevi sobre depois que já havia escrito sobre Automutilação e Pedofilia. Resolvi escrever de novo, pois na época que eu escrevi não tinha a mesma experiencia que tenho agora tanto no blog quanto no assunto. Hoje tive a oportunidade de ir à Escola Estadual Professor João Anastácio participar de um Seminário com os adolescentes estudantes. O debate sobre bullying foi o que mais emocionou a todos, já que como eu imaginava esse assunto não é muito falado, não é algo normal que falamos como estamos falando do jogo Baleia Azul, por exemplo. Preciso esclarecer o que é o bullying, já que muitas pessoas confundem achando que tudo é bullying. Bom, A palavra bullying é usada pra descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais, repetidos, praticados por um individuo ou um grupo de pessoas, causando dor, sofrimento ou angustia e sendo executadas em uma relação desigual de poder
     Às vezes as pessoas acham que brincadeiras no geral, até mesmo vindo de amigos, é bullying. Não, resumindo, bullying é tudo aquilo que a pessoa não permite tudo que passa dos limites pessoais, e vamos combinar que ninguém conhece o limite do outro. Bullying é um assunto grave que sempre foi ignorado na visão das pessoas. Vi que os adolescentes ainda são vitimas dessa barbárie, e que essa é uma ferida que sempre vai ficar em quem sofreu. Para os adultos é difícil enxergar que esse tipo de coisa interfere e muito. Uma criança ou adolescente que convive com o bullying vai carregar isso pro resto da vida, não vai ser a mesma coisa nunca mais. Vai interferir no modo de socialização, impedir de fazer amigos, talvez desenvolver depressão. O bullying não é brincadeira, preste bem atenção a sua volta e tente notar, talvez isso esteja acontecendo embaixo do seu nariz e você ainda não percebeu. Talvez sem perceber você mesmo é um agressor. Isso é sim mais comum na fase de criança e adolescente, pois pros adolescentes tudo é mais grave, um probleminha se torna um problemão. Eles têm certas dificuldades de resolver as coisas sozinhas, mas também não sentem confiança de conversar com os adultos e acabam guardando pra eles, e nunca podemos saber as consequências disso, o impacto que isso vai causar. Eu gostaria que isso fosse mais falado, levado mais a sério. Que os pais prestasse mais atenção nos filhos e percebesse que tem algo de errado com eles. Eles demonstram sintomas, procuram por mais atenção em outras coisas, inventam desculpas atrás de desculpas para falta a aula. Têm dificuldades de relacionamentos, de fazer amigos e de se envolver com a família. Não são só os adultos que têm problemas, muito pelo contrário, adolescentes tendem a ter mais problemas pelo fato de enfatizarem mais isso, Precisamos de mais pessoas que respeitem o fato de bullying ser um problema, e de que adolescentes e crianças merecem sim uma atenção especial. Pode ser chato, mas é preciso. 
    A série Todo mundo odeia o Chris retrata muito bem a violência consequente do bullying seguido pelo racismo em sua escola onde somente ele era negro. A série perfeitamente humorística revela que Chris não se importava em se queixar a um adulto a agressão que sofria na escola, até porque ele achava que aquilo nunca teria futuro. Ele evitava ao máximo falar disso, ignorava todas as agressões. Mas ninguém garante que ele não vive com isso até hoje, mesmo que seja uma série de humor, podemos ver que aquilo o atinge, ou ele nunca teria entrado pra aula de box, para se defender. Bullying incomoda todo mundo, só que algumas pessoas fingem bem. Sempre haverá uma consequência, a pessoa vai ter vergonha de falar em publico, vai se sentir insegura, vai se sentir com medo de fazer novas amizades ou se socializar, com medo de ser descriminada. Isso fica, pra sempre. Não tem como termos controle disso. Peço que conversem mais sobre isso, que debatam mais, esse assunto merece mais atenção em casa e nas escolas. Uma diferença física é essencial e não um defeito.


terça-feira, 25 de abril de 2017

O dia em que eu quase fui estuprada. - Carol

Hi, It's Carol
Carol Dias
    Se a história é minha? Sim. Eu me suicidei? Não. Mas eu sou uma Hannah da vida real. Depois de ver a série eu achei que precisava falar sobre isso pro mundo, me senti na obrigação de falar e não guardar mais isso como um segredo, como se eu estivesse errada, como se fosse um crime ou algo assim. Não sei se alguém da família vai ler isso, mas, eu vou tentar. Não foi algo grave, na visão de muitos. Mas pra mim, foi.
    Então, vamos lá... Eu tinha 12 anos, quase 13 quando isso aconteceu. Sinto muito te dizer, mas eu não era mais uma criança inocente, você queria que eu fosse, mas eu não era. Fui para casa de uma prima no interior. Como sempre eu ficava até mais tarde assistindo TV, já que todos iam dormir cedo e eu sempre fui acostumada a dormir tarde. Fiquei na sala, assistindo filme. Lembro-me bem, pro seu azar. Eu estava coberta, e de shorts. Então um primo meu entrou na casa, já era tarde, por volta das 23hr. Tinha acabado de chegar, ele tinha por volta de 20 anos. E então deitou no sofá junto comigo e se cobriu, eu não achei nada demais no momento. Depois ele começou a acariciar minhas pernas, foi ai que eu comecei a desconfiar e paralisei. Quando as mãos dele subiram até meu short e tentou tirá-lo, eu quase arranquei a mão dele. Eu levantei e sai da sala o mais rápido que eu pude, fui para o quarto e me deitei com minha prima, irmã dele. Eu deitei na ponta da cama, ele dormiria no colchão no chão, próximo a cama. Eu estava em choque, tremendo, eu sabia o que ele estava tentando como eu disse... Eu não era mais inocente. Quando olhei para baixo, ele estava tentando enfiar a mão embaixo do cobertor em minha direção, então eu olhei pra ele e disse pra ele parar, que se ele tentasse algo eu gritaria. Eu devia ter gritado da primeira vez, eu fiquei assustada. Depois eu chamei minha prima e pedi para que ela trocasse de lugar comigo, ela trocou e eu? Eu fiquei acordada a noite inteira vigiando meu corpo, queria que todos ficassem o mais longe de mim possível. 
    No dia seguinte quando amanheceu, acordei cedo junto com minhas primas, eu resolvi ir pra casa de outra tia minha, eu não queria ficar ali nem mais um dia, eu estava apavorada. Vocês devem estar se perguntando por que eu não liguei para meus pais, então lhes digo, na época lá não tinha sinal de telefone, mesmo que eu quisesse, não tinha como eu ligar. Chegando na casa da minha outra tia, eu já estava paranoica, chegou outro primo meu e eu, me enrolei embaixo das cobertas e comecei a tremer de uma forma que parecia que eu estava com frio, mas não estava, Eu estava escondendo meu corpo. Comecei dali em diante a achar que todos os homens olhavam pra mim com outros olhos, comecei a esconder meu corpo de todas as maneiras possíveis, e meu primo? Depois daquilo ele me via e agia normalmente, como se nada tivesse acontecido. Não tinha como ninguém saber, eu não contei isso pra ninguém, mas agora resolvi falar. Eu quero tentar proteger outras meninas da família, se ele tentou comigo pode ter tentado com outras e pode ainda estar tentando. Não vou citar seu nome, pois não tenho provas do que aconteceu e aconteceu a muito tempo. Pra muitos essa história vai ser algo idiota, mas é algo que a gente nunca esquece. Eu não pensei em suicídio depois disso, eu não sou uma Hannah por isso, eu sou uma Hannah por ter sofrido assédio, por ter ficado calada achando que ninguém me ouviria ou acreditaria em mim por eu ser uma criança. Na época que isso aconteceu, era difícil falar de certos assuntos com os adultos, e falar sobre isso é ainda mais difícil. Nunca sabemos como devemos nos sentir, no meu caso eu senti medo acima de tudo.

Fico me perguntando, e se eu tivesse ficado lá mais dias? E se eu fosse uma criança inocente? Alerte seus filhos, principalmente suas filhas. Não desconfie só de desconhecidos, às vezes o perigo está mais próximo do que vocês imaginam.


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Amanda Todd - Especial 13rw #2

Agora vou contar a história de uma Hannah Baker da vida real.

Hi, Its Amanda
Amanda Todd
   Amanda Michelle Todd, nasceu em Vancouver no dia 27 de novembro de 1996. Amanda foi uma Hannah da vida real. Ela costumava entrar em chats online com os amigos, disseram a ela que ela era linda, perfeita, maravilhosa, entre outras coisas. Pediram ela para que mostrasse seus seios, e ela fez. 1 ano depois disso acontecer o agressor a ameaçou, disse que se ela não mostrasse pra ele, ele divulgaria as fotos, ela não mostrou então logo depois a policia bateu em sua porta as 4 da manhã notificando que suas fotos haviam sido enviadas para todo mundo. Ela sofreu bullying, ela ficou doente, ela teve ansiedade, depressão severa e síndrome do pânico. Logo começou a se envolver com drogas e álcool, por quê? para que de alguma forma amenizasse os problemas e pudesse seguir em frete. Amanda mudou de escola, mas novamente o agressor reapareceu, mas dessa vez no Facebook. Ele sabia tudo da sua vida, onde estava, com quem, tinha novamente sua lista de novos amigos. Dessa vez ele criou uma página no Facebook, a foto de perfil... os seios de Amanda. Novamente ela teve que mudar de escola. Ela também contou que voltou a conversar com um "velho amigo". Ele começou a elogiá-la, dizer que ela não era tudo que falavam, que ela era especial e a chamou para ir em sua casa ela foi. Lá, tiveram relações sexuais enquanto a namorada desse amigo estava viajando de férias. Logo em seguida, a namorada do amigo reapareceu com amigos que atacaram Amanda na escola, agrediram ela fisicamente até que ela ficou caída no chão, ferida, sozinha. Após as agressões Amanda tentou se suicidar tomando água sanitária, porem, foi levada ao hospital e foi feita a desintoxicação. Ela conta que depois de tudo almoçava sozinha, tomava café da manhã e lanchava sozinha, isso quando comia.


    Após voltar para casa, Amanda descobriu mensagens abusivas no Facebook sobre sua tentativa de suicídio. Então sua família se mudou para outra cidade, para tentar um recomeço, mas era impossível para ela fugir do seu passado. Seis meses depois as mensagens abusivas ainda permanecem, nada é feito a respeito e o estado mental de Amanda piora e ela começa a se envolver com automutilação. Mesmo tomando anti-depressivos e tendo ajuda profissional, ela ainda tinha problemas sérios pra enfrentar. Amanda também teve uma overdose que a fez ficar 2 dias no hospital, outra tentativa de tirar a própria vida. Amanda gravou um vídeo de 15 minutos no dia 7 de setembro de 2012 no Youtube contando através de anotações tudo que havia acontecido com ela, em uma tentativa de desabafo. Parece que não deu certo, dia 10 de outubro de 2012, com 15 anos, Amanda é encontrada morta em sua casa em Port Coquitlam, ela se enforcou. Sim, Amanda Todd existiu, essa não é uma história inventada e não é ficção. Pode pesquisar por ela, você vai encontrá-la. Existem ONG's antibullying por conta da história de Amanda, também tem uma lei a respeito do cyberbullying no Canadá por conta disso.
    E sobre o agressor? Um grupo de hacker descobriu quem supostamente poderia ser o agressor de Amanda, divulgou seu nome, era um ex-funcionário do Facebook, ele começou a receber diversas ameaças e a polícia declarou que as acusações eram infundadas e não levou adiante, ou seja, ninguém pagou pelo que aconteceu com Amanda. Nem o agressor que ameaçava, nem o velho amigo, nem a namorada do velho amigo e seus companheiros, ninguém que compartilhou suas fotos ou quem a ofendeu virtualmente. Até o Brasil faz melhor que isso! 
Depois, depois que Amanda sofreu tudo, passou por tudo, sozinha. Depois de tudo, eles criam uma lei, eles fazem campanhas. Depois que o leite já foi derramado. Como ninguém fez nada para ajudar Amanda? Como ninguém pensou que ela precisava de ajuda que eu não consigo entender. Sim, ela tinha ajuda profissional, tomava remédios, mas o que Amanda precisava era de um motivo pra viver, em todo lugar que ela ia, o agressor estava. Quem estava lá para defendê-la? Ninguém. Amanda é só mais uma Hannah da vida real, a prova de que bullyingcidio EXISTE SIM, e que podemos evitar isso entendendo que fazemos sim diferença na vida dos outros. Que nem todo mundo gosta de ficar sozinho. Faça a sua parte, ajude a acabar definitivamente com agressores assim. 

Não seja um agressor, não seja uma Hannah Baker.

PARTE #1
PARTE #3


Especial "13 reasons why" #1

ALERTA SPOILER

   A série 13 reasons why (Os 13 porquês) resume em fitas os 13 porquês pelo qual Hannah Baker tirou sua própria vida. A série embarca em temas que muitas vezes são chocantes ao ver de certas pessoas, cenas pesadas e marcantes, que impressionam. Não estamos acostumados a ver cenas do tipo, então, não sabemos como superar e separar aquilo da realidade, sendo que sabemos que não está separado, sabemos que aquilo acontece sim, e acontece todos os dias. A série mostra como as pessoas são complicadas, como os jovens são. Depois do acontecimento com Hannah, podemos ver como naquele ambiente as pessoas começaram a ficar mais preocupadas com os adolescentes, sempre perguntando se estava tudo bem e dizendo que se precisassem conversar era só procurar, coisas que talvez Hannah precisasse ouvir, coisas que talvez evitaria Hannah de tirar a própria vida. Ela tirou a própria vida, porquê? É a duvida que mata todos os personagens da série, principalmente Clay, que achou que estava tomando decisões certas, mas estava nas fitas, ele era um dos porquês. Não pude deixar de notar como que para os pais certas coisas são normais, como o bullying que existia nos tempos deles era brincadeira. Não se enganem, já ouve um tempo em que maltratar um negro era normal, matar judeus era uma regra, os tempos mudam... Sempre. Vi que com certeza a criação influência muito uma personalidade futura, não 100% dela, mas uma boa parte. Os filhos sempre vão ter os pais como parâmetro, e se forem pais ausentes? Eles vão ter de seguir o próprio caminho, às vezes esse caminho nem sempre é bom. Eu tô impressionada com o sentimento que a série transmite em cada episódio. Podemos notar como o mundo adolescente é cruel, eu fui adolescente, não tem muito tempo. Ainda me lembro, você se não é, foi, tente se lembrar, alguns adolescentes podem ser cruéis com os outros que ainda não se encaixam nessa fase muito bem, ou que talvez não se encaixem no modo dos outros viverem essa fase.
    Eles usam tudo que têm contra o outro, é como se a escola fosse um campo de batalha, e sinceramente, os adultos precisam começar a enxergar isso, o quanto o ódio é espalhado e o quanto isso aumenta a cada dia. Precisam entender, nem toda brincadeira é saudável ou bem aceita. Também notei facilmente como os garotos (alguns) pensam, como as garotas odeiam outras garotos, sem o menos motivo para isso. A manipulação também acontece, sempre um pressionando e outro fazendo para que talvez se sinta parte do grupo, se sinta alguém.A série mostra vários tipos de sofrimentos que uma adolescente pode sofrer. Violência virtual, quando a foto dela é jogada na internet. Violência verbal, quando todos ficam chamando ela de vagabunda, fácil, entre outras coisas.Violência psicológica, quando todos cooperam para que Hannah não se sinta alguém importante, quando todos a rejeitam. Violência física, quando a amiga dá um tapa em seu rosto e o estupro. Não só de Hannah, mas também de Jessica. Algumas pessoas questionam porquê Hannah ou Jessica não denunciaram, parece que no final Jessica denuncia o abuso ao pai, mas e Hannah? Por quê ela não disse nada a ninguém? É simples, ela não acreditava mais nas coisas a muito tempo, ela já tinha sofrido tudo que ela achava que era capaz de suportar, até que no único momento em que ela consegue se sentir inteira, alguém tira sua alma. Nesse momento ela perdeu a vontade de viver, de continuar. Não acreditava mais nela mesmas, nas pessoas. Ela tentou contar a alguém, mas essa pessoa não levou a sério o que ela dizia apenas por ela ser ela. Questionou se ela realmente disse que não queria. Ela precisava dizer? Não. Ela afastou Clay, a única pessoa que realmente se importava com ela por achar que ela não merecia uma amizade como a dele, que ela não merecia que ele se importasse com ela, ela já estava perdida. 
     Vocês acham que esse tipo de coisa não acontece, que é apenas ficção? Estão absurdamente enganados. Você não sabe o que está acontecendo na vida do outro. As pessoas precisam de ajuda, mas elas não demonstram por acharem que ninguém vai se importar, que a vida de todo mundo seria melhor se ela não estivesse viva. E realmente, as pessoas só percebem que a pessoa precisa de ajuda e está sofrendo depois que ela desiste e tira a própria vida. Depressão, é algo profundo, algo que a pessoa pode sorrir e fingir que está tudo bem em um instante e no outro tirar a própria vida. Hannah quis deixar claro os motivos pelo qual ela fez isso, começa com algo que para nós pode ser simples, mas ai que vemos que nada tem um equilíbrio quando se trata de violência. Talvez eu já tenha agredido alguém verbalmente sem saber, talvez eu tenha decepcionado, e não sei. Talvez vocês também! Pode ser clichê, mas demonstre mais. Deixe de lado toda essa história de que quem não demonstra não merece nada em troca. Talvez a pessoa que não demonstra precisa de atenção e esteja sofrendo. Esquece o clichê, ofereça ajuda. Confesso que a série foi bastante chocando pra mim, e se eu for escolher a pior cena, com certeza é a cena que a mãe de Hannah a encontra com os pulsos cortados, como eu disse, é ficção... mas a gente sofre por saber que isso acontece desde sempre e muitas pessoas fingem não ver, deixam passar despercebidos. 
Se você conhece algum adolescente, converse com ele, procure ouvi-lo mesmo que ela insista que não tem nada pra dizer, eles sempre tem. Seja parceiro, amigo. Se você é um adolescente, a maior ajuda está em casa, está próximo, é quem te ama mesmo você achando que a vida deles seria melhor sem você, porque isso É MENTIRA. Talvez isso não ajuda ninguém, mas eu precisava tentar.



terça-feira, 18 de abril de 2017

Baleia Azul = Perigo

    Surgiu nas redes sociais um desafio, esse desafio seria nomeado de “Baleia Azul” vou tentar resumir como esse jogo funciona. Basicamente a “brincadeira” começa com a vitima cumprindo 49 desafios, e no final, ela suicida.


 Entre os desafios está desenhar uma baleia no braço, com uma navalha. Ficar de pé na janela de um prédio, filmando tudo. Todos esses desafios devem ser mandados para o administrador do grupo que se é nomeado de “Curador”. Achei interessante essa suposta brincadeira aparecer quando a série 13 reasons why (Os 13 porquês) está em alta, digamos que os dois mencionam um assunto pouco discutido: A depressão. Com certeza o que leva adolescentes de todo o mundo a participar desse desafio e no fim ter que provar que é capaz de tirar sua própria vida, sofrem de depressão, baixa auto-estima, problemas psicológicos profundos e precisam de ajuda. Esses “curadores” estão com certeza se aproveitando da situação de pessoas expostas a qualquer coisa pra se sentirem melhor. Pessoas assim e principalmente adolescentes estão sempre expostas a esse tipo de situação, adolescentes tem dificuldade de resolver seus próprios problemas ou de pedir ajuda, isso faz com que seus problemas se tornem algo sério, sem que os adultos percebam a tempo. 80% dos adolescentes ou já tentaram se matar, ou já pensaram em tentar. 
     A maioria já chegou a escrever cartas suicidas, mas desistiu na hora H. Então te pergunto, com alguém incentivando e dizendo que isso é a coisa certa, porque ela não fazia? Quando vi esse desafio confesso que fiquei bastante assustada, e depois quis saber onde estava os pais desses jovens que estão tirando suas próprias vidas por causa de um desafio de Facebook, no Brasil o jogo já deixou vitimas, não pense que ficaríamos de fora dessa. Infelizmente as coisas na internet se espalham facilmente. 
    Os adolescentes são mais sensíveis e precisam de uma atenção especial, principalmente as garotas. Todos nós já fomos adolescentes, sabemos que até quando não existe um problema, para os adolescentes têm sim um problema. Sabemos que os adolescentes aumentam tudo, não existe uma dosagem para eles, tudo é ao extremo. Desde a felicidade a tristeza. A tristeza parece o fim do mundo, ansiedades e excesso de hormônios que são intoleráveis. Se você é pai ou mãe e tem em casa um filho adolescente, preste mais atenção nele, em seus problemas, seus sentimentos. E se você é um adolescente, não se desespere. Essa fase passa, ela é tudo a mil, é normal. Mas se você tirar sua vida antes dela passar, você nunca saberá o que vem depois. Ela pode ser a melhor fase da vida, mas também pode ser a pior. 

Vamos prestar mais atenção nos nossos jovens, eles são o futuro desse país. Precisamos colocar juízo na cabeça deles e não criar grupos para que eles se matem e acabem com eles mesmos. A policia está investigando o grupo e suas intenções, eu espero que isso acabe por que eles têm a melhor arma, a internet. Mas também podemos usá-la como defesa, compartilhe isso para seus amigos!

NÃO ENTRE PARA ESSE DESAFIO! 
Ele traz apenas mais sofrimento, a única coisa que pode curar sua dor é você mesmo, foque em coisas positivas, pessoas que te amam.


quarta-feira, 12 de abril de 2017

Relacionamento Abusivo

   Quando um relacionamento se torna abusivo, quando ele te bate? Também. Um relacionamento é abusivo a partir do momento que ele te controla, controla aonde você vai, com quem você conversa, controla suas redes sociais, suas roupas, suas palavras. É abusivo quando ele te diminui diante dele ou de outras pessoas, publicamente ou particularmente. É abusivo quando ele não te deixa trabalhar, nem estudar. É abusivo quando ele grita, quando ele ameaça, quando ele pressiona contra a parede ou aponta o dedo em seu rosto. Quando ele te ofende de vagabunda, piranha, inútil. Quando ele faz tudo que faz mas mesmo assim faz a mulher se sentir culpada, faz a mulher pedir desculpas por simplesmente ser a vitima. Quando ele diz que você só tem a obrigação de cuidar dos filhos dele e da casa, enquanto ele aproveita as noites com os amigos enchendo a cara. É abusivo quando ele fala que ele pode beber, mas você não, por que mulher dele não faz coisa que homem faz. Quando ele impede você de assistir futebol por que é coisa de homem, te impede de se arrumar por que os outros homens vão olhar. Quando ele faz tudo que pode para que sua auto-estima morra, e que você pertença inteiramente a ele. Quando ele chega ao ponto de controlar até suas atitudes e seus pensamentos a ponto de uma lavagem cerebral, faz você acreditar que sem ele a sua vida não é nada, que se você o deixar, vai virar uma ninguém. Pra ser abusivo ele não precisa te encostar a mão. Quando algum homem tentar te controlar, seja por algo mínimo, não deixe isso pode avançar de uma maneira descontrolável. 
   Algumas pessoas acham que relacionamentos abusivos não fazem mais parte da nossa rotina, do nosso dia a dia, algumas até, acreditam que se os homens punem, é por que as mulheres merecem. Dizem que é abusada demais, chata demais ou irritante demais... Vou contar uma novidade a vocês, a mulher pode ser a mais insuportável do universo, nenhum homem tem direito de nem se quer levantar o tom de voz. Alguns homens precisam entender que não existe essa de macho alfa mais a muito e muito tempo. Que hoje em dia existem mulheres que vão colocá-los em seu devido lugar. Muitas mulheres aceitam sim, caladas. Na maioria dos casos quando os homens ameaçam abandoná-las, elas entram em desespero, por que realmente acreditam que não são nada sem eles. Eles colocaram isso na cabeça delas, as manipulam. É doloroso reconhecer que está em um relacionamento assim, que está sendo vitima de alguém, é doloroso colocar a boca no trombone e estar disposta a ser julgada, a ser pautada como "vitimista". A realidade hoje em dia, mesmo sabendo que tudo isso existe, ainda não sabe lidar com esse tipo de violência. Eu não sei se algum dia vai.
   Não vamos fingir que as coisas melhoraram e que esse tipo de coisa não faz parte da nossa realidade, por que está sempre lá, nós que tapamos os olhos e fingimos que não estamos vendo. Mulheres que são vitima de abuso psicológico e/ou físico e muitas vezes estão de mãos atadas por medo, por pânico de tomar alguma atitude. Esse assunto precisa ser mais falado, precisa ser mais compartilhado, não só relacionamento abusivo, mas também o assédio. Nós mulheres somos vitima de vários na rua, às vezes por estar indo trabalhar, estudar... Agora, ser vitima dentro da própria casa, é demais. Lute contra isso, não seja vitima de ninguém, não seja submissa. SEJA APENAS SUA! Se entregue pra quem te respeita. De dedique a quem te ama. Quem abusa psicologicamente ou fisicamente NÃO AMA. Nós mulheres precisamos nos defender, ficar uma do lado da outra. Se não fizermos isso, quem vai?

"Com esse short curto você não sai."
"Essa amiga sua te leva pro mal caminho, para de conversar com ela."
"Fazer a unha pra quê? Ninguém tem que prestar atenção em você."


"Só vai sair comigo."
"Não precisa mais sair de casa, o que te interessa, está em casa."
"Você é MINHA mulher e vai cuidar dos meus filhos."


"Eu vou sair hoje, você fica em casa cuidando das crianças."
"Vou no bar com meus amigos, e você pode desistir de ir ao shopping."
"Eu que mando em você e nessa casa."




terça-feira, 11 de abril de 2017

Reintegração de ex-detentos

Um assunto bem complicado e discutido aqui no Brasil, será que uma pessoa, seja homem ou mulher, depois de sair da cadeia merece uma segunda chance? Será que ela merece um emprego, uma vida normal independente do que ela fez pra ser presa. Lógico que como todo assunto, esse também divide opinião por ai. Estou aqui pra expressar a minha, vocês também podem me dizer a de vocês, só mandar para o Instagram ou Email presentes no titulo.

    Minha opinião sobre o assunto é o seguinte: Tento ver os dois lados, o lado de quem está oferecendo o emprego, e o lado de quem está interessado no emprego. Vamos nos basear em exemplos: Se um individuo tem uma empresa de computadores importados e um ex-detento que foi condenado por roubo e furto manda currículo, individuo não ficaria com o pé atrás? Na minha visão com certeza ele ficaria, e acho que o grande problema não é só o fato de ele ser um ex-detento, mas também o fato do grande problema do ser humano em confiar e acreditar no próximo. Fomos criados em uma cultura onde o próximo está sempre mentindo, enganando, tentando se dar bem a custas de outros, fazendo de tudo pelo poder, fingindo ser quem não é, entre outras coisas. Ao longo da vida vamos ficando mais desconfiados em relação a outras pessoas. Tenho certeza que nem que seja uma vez, você já desconfiou de alguém sem motivos. Não temos como saber se a pessoa mudou, se a pessoa realmente tem boas intenções, e aqui estou me referindo a ex-detentos com crimes não tão graves, agora imagine um ex-detento que tirou a vida de alguém, como falei na matéria do goleiro Bruno, será que a pessoa que faleceu terá uma segunda chance? Nesse caso eu acho que o individuo não merece segunda chance nem na vida. Tirar a vida de alguém, é a pior coisa que alguém pode fazer. Tirar a chance de conhecer se futuro, de respirar. Agora o caso mais sério, em minha opinião.    
    Um ex-presidiário que foi condenado por pedofilia e estupro, a pergunta é, você daria um emprego a um estuprador e pedófilo? Algumas pessoas pensam que ele pode ter mudado, ou algo do tipo. E eu afirmo, não. Pedofilia ou estupro não são considerados doença, não tem tratamento. Sinceramente, quem pratica esse crime não tem a menor intenção de se preocupar ou reconhecer que isso está errado. Em muitos casos tem sim o preconceito, mas em outra é apenas o ser humano usando seu extinto de defender o que é seu e proteger quem ama. Um dono de uma empresa não vai colocar um estuprador pra trabalhar no meio de várias funcionárias desprotegidas, ele não pode e não deve depositar sua confiança em um ser humano que as estatísticas apontam que vai errar de novo.
     Porem, tudo depende. Um ex presidiário que foi condenado por sonegação de imposto ou porque não pagou pensão e ficaram presos alguns meses e depois foi liberado, quando o empregador lê em sua fixa que foi preso, talvez não queira nem saber o motivo, apenas recusa. Isso é um erro, por que devemos lembrar que aqui só é preso por não pagar pensão ou transportar droga. OUTRO CRIME que em minha opinião o ex detento não merece ser julgado, drogas. Só que todo um caso, é um caso. Aqui me refiro a dependentes químicos.

      Basicamente o que eu quis dizer foi: Tudo depende de um crime, a crimes que valem a pena dar chance para o individuo, a crimes que não.  Consequência de não termos o dom de adivinhar se a pessoa mudou ou não.


sábado, 8 de abril de 2017

Guerra na Síria: Resumão

Muitas pessoas estão tentando acompanhar o que ocorreu na Síria está semana, mas muitas estão completamente perdidas. Vou ajudar vocês, vamos lá. 
   Nesta terça-feira a pequena cidade de Khan Shiju sofreu um bombardeio químico causado por aviões contendo substâncias tóxicas proibida em tratados internacionais. O acusado de promover o ataque é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto ao presidente da China, Xi Jinping. O atentado deixou mais de 80 mortos, entre eles 30 crianças (até então). A cidade alvo é um refúgio de extremistas. 
Por que os Estados Unidos atacou a Síria tão severamente?
   Vamos do começo. A Guerra envolve não só a Síria e os EUA, mas também envolve a Rússia, a França e a China, mas não se engane achando que o governo sírio está lutando contra os países acima citados, o governo da Síria está ao lado deles. Antes de todas essas potências entrarem na briga, em 2011 a Síria enfrentava uma Guerra Civil. No ano de 2011 estudantes de uma escola em Daraa foram presos sob a acusação de terem escritos slogans contrários ao regime. Logo depois ocorreu a primeira grande manifestação em Damasco - capital da Síria - contra Assad. Em agosto do mesmo ano o então presidente dos EUA Barack Obama e a União Européia pedem para que Assad deixe o poder, ele permaneceu. Em outubro a Rússia e a China vetem uma resolução das Nações Unidas (ONU) condenando o regime na Síria. Basicamente, a Guerra começou com a Síria dividida em duas, um lado ia contra Assad, conhecido como o ditador da Síria, o outro ia a favor de Assad e o defendia. Até que outros países "incomodados" com tudo resolveram intervir e pedir a retirada de Assad do posto. Desde então a guerra vive, Assad não saiu do posto e todos que vão contra ele são descartados. Com a saída de Obama e a entrada de Trump, que apóia o modo de governo de Assad e acredita que para acabar com os rebeldes (com certeza quem está contra o governo de Assad são os errados) precisam da ajuda do próprio Assad. Esta guerra já deixou desde 2011 mais de 470 mil mortos na Síria. Frequentemente a Síria é bombardeada, tendo como alvo os extremistas, mas claro que a maioria dos mortos e feridos são civis. O problema do governo dos Estados Unidos está nos EL, onde o alvo são os terroristas. Vou deixar um mapa mostrando exatamente os locais na Síria e quem os possui, pra vocês entenderem melhor:


   Como você pode ver nesse pequeno resumo, tudo que a população tenta é viver bem e em paz em seu próprio país, o governo de Assad é repressor, é como uma ditadura militar (é até irônico o fato de Assad ter sido um médico militar) onde ninguém vive, e vamos viver sempre nessa guerra, pois enquanto ele não sair, a Síria ficará dividida, países de potência vão tentar expulsar essas pessoas que lutam por seus direitos, para ficarem em suas casas, em vez de expulsar quem realmente não devia estar ali. O governo não mesmo controla quase nada do próprio país, eles perderam o controle e só tende a piorar. Esses bombardeios têm como alvo os extremistas, mas acabam matando habitantes, crianças inocentes, pessoas que não tem nada haver com isso. Se quiserem uma guerra, façam, mas façam longe da população, uma guerra honrada onde só guerreiros morrem, e não pessoas inocentes que só querem ter suas vidas de volta. Nós aqui do Brasil apenas acompanhamos essa barbárie e observamos como as pessoas fazem tudo pelo poder, até mesmo abusar dele.
O que o governo brasileiro declarou disso tudo? De que lado o Brasil está?
   Acalmem-se, o governo do Brasil não apóia Assad, o Brasil está fazendo um papel lindo nessa história inclusive, recebendo refugiados e os ajudando a chegar até aqui (mesmo que seja longe como é, estão fazendo o possível), mas como todo governo, o governo brasileiro teve que escolher um lado, e decidiu ficar do lado da paz, discorda completamente da violência e intervenção armada. 

   A quem diga que essa é a "Guerra da nova geração", definitivamente não se pode nem se chamar de Guerra Mundial, porque as grandes guerras eram delimitadas, não morriam inocentes como se morre nesta. Perdia vidas? Sim, mas não como essa, e essa guerra não tem nenhuma previsão de ser encerrada. Um governo que quer seu país completo, não aos pedaços. Extremistas que querem dominar um país e inocentes, que querem apenas poder viver em paz, trabalhar e criar seus filhos, em vez de preferir atravessar oceano e correr perigo pra talvez, ter uma chance de salvar a própria vida. Cidades perdidas, pessoas perdidas, talvez até mesmo um destino perdido, pessoas fugindo, um governo sem poder, extremistas no poder, qual realmente é o problema? Ou seria quem... Existe também uma guerra dentro da guerra, onde um grupo de pessoas não escolheram um lado, escolheram apenas ficar do lado deles mesmos.

Se tiver alguma duvida, mande no instagram: @psicologisocial


terça-feira, 4 de abril de 2017

José Mayer, Susllem e o Assédio

Escrevi no blog dia 25 de março sobre O Segredo podre por trás da carne podre, onde eu relato a realidade e o que a mídia estava escondendo por trás de toda essa polêmica da operação carne fraca e como isso foi oportuno. E o que estou trazendo hoje não é diferente, de novo a mídia tentou esconder o que estava escondendo das pessoas, mas dessa vez não funcionou. Uma funcionária da Globo, Susllem Meneguzzi Tonani, denunciou o ator José Mayer de assédio sexual dentro das dependências da Globo. A denuncia foi feita no blog #AgoraQueSãoElas da Folha de São Paulo, logo em seguida o texto foi apagado. Mas é por isso que eu gosto da internet, as coisas nela nunca se perdem.


     Agora, o que a Globo está tentando esconder e como? Bem simples, não sei se as pessoas perceberam, mas eu percebi, logo assim que outras emissoras e as pessoas começaram a falar sobre o que havia acontecido com José Mayer, logo que isso entrou em pauta no Brasil inteiro, começou uma série de brigas impressionantes no BBB, brigas atrás de brigas, uma polêmica atrás da outra, Seria isso coincidência? Bom, as pessoas que me desculpem, mas eu não acho isso coincidência. Desde sempre a mídia vai tentar por pano quente em situações que merecem ter uma atenção, mas como todos podem perceber, não deu certo. Todo mundo continuou lembrando da situação do assédio e querendo uma explicação. As feministas caíram em cima (estão certíssimas).
    Uma coisa que eu não fico mais impressionada é com o fato de algumas mulheres ainda defender o ator, dizer que as mulheres que se oferecem, muitos disseram até que ela é a vagabunda, que ele é casado. Claro, e alguém me avisa desde quando isso impediu alguns homens, Fico apenas me perguntando quantas mulheres já foram vitimas desse homem, quantas mulheres não tiveram que se silenciar, por medo. Se ainda existe isso? Com certeza, a maioria das mulheres se sentem intimidadas a fazer alguma coisa, por medo de serem vistas como a errada quando na verdade são as vitimas. Ainda é muito difícil ser mulher hoje, as pessoas são machistas sem nem perceber. As vezes precisamos parar e pensar naquilo que estamos dizendo, por que talvez tenha sido um comentário machista. É assédio quando uma mulher está andando na rua e um homem a chama de gostosa, isso não é elogio e está longe de ser brincadeira, É assédio quando o homem força a mulher a fazer qualquer coisa que ela não queira. É assédio até mesmo quando se trata de uma mulher ofendendo outra mulher, ou uma mulher ofendendo um homem.
    Tudo que ultrapasse os limites que a pessoa impõe para outras pessoas a respeito dela mesma, é assédio.  Esse assunto não é brincadeira, com certeza a quem diz que as mulheres tem que começar a aceitar elogios, começar a aceitar brincadeiras, mas não entendem que todo assédio pode começar de um elogio ou uma brincadeira. Eu me sinto impotente diante da sociedade, as mulheres que sofrem abuso, não encontram consolo nem mesmo com outras mulheres, é muito difícil. Você homem coloque na sua cabeça, você só pode elogiar ou encostar em uma mulher, se ela permitir, caso contrário, você está sim errado.  Pra quem já está pensando em defender o ator, nem tente, ele próprio já se declarou culpado, pediu desculpas e reconheceu seu erro. Houve uma tentativa de justificação, frustrada. Uma atitude dessa não tem justificativa, o mínimo que ele pode fazer é ouvir, calado e aceitar as consequências que seus atos lhe trouxeram. Ele não é santo, ninguém é, nem ela, mas a diferença aqui é que ela está não só lutando pelos seus direitos como mulher, mas também como ser humano. 


Quero deixar marcado aqui que eu ainda espero o dia em que nós mulheres vamos poder andar sem medo, trabalhar sem medo e ter uma vida sem medo. Que vamos poder nos defender e colocar a boca no trombone, Mas, se você mulher sofrer qualquer assedio que seja, grite, fale, não se cale. Você não merece sofrer dessa maneira por algo que não é você que está fazendo. Não se importe com a opinião de ninguém, pode ser a minoria, mas vai haver pessoas do seu lado, e pode ter certeza que eu serei uma delas.
Espero que Susllem inspire muitas mulheres a fazer o certo! 

Declaração de José Mayer

"Carta aberta aos meus colegas e a todos, mas principalmente aos que agem e pensam como eu agi e pensava:

Eu errei.

Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava.

A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora.

Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas. Sou responsável pelo que faço.

Tenho amigas, tenho mulher e filha, e asseguro que de forma alguma tenho a intenção de tratar qualquer mulher com desrespeito; não me sinto superior a ninguém, nao sou.

Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são.

Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele.

Este é o meu exercício. Este é o meu compromisso. Isso é o que eu aprendi.

A única coisa que posso pedir a Susllen, às minhas colegas e a toda a sociedade é o entendimento deste meu movimento de mudança.

Espero que este meu reconhecimento público sirva para alertar a tantas pessoas da mesma geração que eu, aos que pensavam da mesma forma que eu, aos que agiam da mesma forma que eu, que os leve a refletir e os incentive também a mudar.

Eu estou vivendo a dolorosa necessidade desta mudança. Dolorosa, mas necessária.

O que posso assegurar é que o José Mayer, homem, ator, pai, filho, marido, colega que surge hoje é, sem dúvida, muito melhor.

José Mayer"

Declaração de Susllem

   Declaração de Susllem, vitima de José Mayer para o Blog da Folha de São Paulo.

   "Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha b*** e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua 'piada'. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade", relatou a figurinista.


   "Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na b***, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido", escreveu ela, sobre as dificuldades de esbarrar com o ator nos corredores da emissora. 


    Susllem contou que o primeiro encontro dos dois depois do assédio foi num estúdio, com várias outras pessoas, o que, segundo ela, não o impediu de hostilizá-la.  "Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei.' VACA', ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?"