domingo, 28 de maio de 2017

Massacre de Realengo

    Esse é no Brasil, minha gente. O Brasil não é acostumado com catástrofes, tanto naturais quanto acidentais. Então, quando alguma acontece o povo fica assustado e realmente não sabe como lidar a respeito. No 7 de abril de 2011 aconteceu o primeiro e único massacre em escolas do Brasil, por volta das 8h30min da manhã, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada em Realengo no Rio de Janeiro, Wellington Menezes de Oliveira de 23 anos, invadiu a escola armado com 2 revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes. No dia ele tirou a vida de 12 crianças entre 13 e 16 anos, deixando mais 13 feridos, o agressor foi interceptado por policiais, logo cometendo suicídio. Acho que a maioria das pessoas vai lembrar ou já ouviu falar sobre isso. 
   Como sempre o motivo por Wellington ter feito isso é incerto, mas declarações de pessoas próximas apontam que o atirador sofria bullying e pesquisava muito sobre atentados terroristas e grupos religiosos fundamentalistas. Wellington estudou na escola Tasso da Silveira até a 8ª série (9º ano) e tinha problemas psiquiátricos que se agravaram muito após a morte de sua mãe adotiva, Dicéa Menezes de Oliveira. Em uma carta, ele declarou: "Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo, e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus sentimentos". E logo uma ex-colega de escola de Wellington declarou: "Certa vez no colégio pegaram Wellington de cabeça para baixo, botaram dentro da privada e deram descarga. Algumas pessoas instigavam as meninas: 'Vai lá, mexe com ele'. Ou até o incentivo delas mesmo: 'Vamos brincar com ele, vamos sacanear'. As meninas passavam a mão nele (...). Esses maus-tratos aconteceram em 2001. Naquele ano, em 11 de setembro, o maior ataque terrorista de todos os tempos virou obsessão para Wellington". Ele não tinha convivência social, ficava sempre no computador, não convivia nem com a própria família. Seus irmãos resolveram fiscalizar seu computador após a morte de sua mãe e descobriu a compra das armas, o histórico de pesquisar sobre terroristas e aulas de tiro. 
    Antes de morrer Wellington escreveu uma carta, com alguns desejos, nenhum dos desejos foi atendido. Depois de ler a carta, pergunto-lhes: Será que ele realmente não sabia a diferença entre certo e errado? Eu acredito que sim, ele sabia, mas não se importava. Ele sabia que os cachorros eram criaturas que mereciam uma atenção especial e achava que o ser humano não, por tudo que sofreu. Ele foi abandonado pela mãe, que sofria de problemas psicológicos, assim como ele. Sua mãe adotiva era mais idosa e seus irmãos adotivos já eram casados, ele sofreu bullying na escola e simplesmente achava que o ser humano não merece nada do que tem. Ele banalizava completamente a vida humana, inclusive a dele mesmo. As pessoas o ensinaram a pensar assim, a convivência dele com os outros, o pouco tempo que teve, o fez pensar assim. Como eu disse na publicação do Massacre de Columbine, não é motivo pra matar 12 crianças inocentes, mas, se alguém tivesse ajudado, talvez aquilo não teria acontecido. Se seus irmãos tivesse desconfiado, será que comprar armas, ver ataques terroristas e fazer aulas de tiro não é suficiente pra desconfiar? Não conhecemos totalmente as pessoas, e isso deveria nos levar a não praticar bullying, não ser cruéis e também desconfiar, até mesmo de pessoas próximas.