quinta-feira, 25 de junho de 2015

Relato de bullyingcidio

6 de Março de 2010, caso Leandro Pires 
   Ele faltou à última aula da manhã. Quando saímos encontramos ele em um canto. Haviam batido nele. Durante a hora do almoço, bateram novamente. Ele não aguentou, saiu correndo e dizendo que iria pular da ponte. O seguramos mas ele foi mais forte, correu, tirou a roupa e se jogou, descreve o primo de Leandro, Ricardo Nunes de 14 anos. A estrutura pequena e franzina de Leandro Pires, residente em Cedainhos, Mirandela, o tornava um principal alvo das agressões. Era uma criança calma, carinhosa e sensível e, ao contrário do irmão gêmeo, nunca conseguiu se defender. Há cerca de um ano, esteve internado três dias no hospital depois de ter sido brutalmente pontapeado. 'Só espero que quem fez isto ao nosso menino passe por muito na vida, porque o nosso Leandro sofreu muito, sofreu tanto que até se atirou no rio', desabafa Paula Nunes, tia da criança. Leandro não era a única vítima de bullying (violência física ou psicológica entre crianças no espaço escolar). Ao Correio da Manhã, pais de alunos confessaram que os filhos, que frequentam a mesma escola, foram já alvo de agressões. 
   A minha filha me ligou no trabalho chorando, desesperada. Só me pedia que fosse buscá-la na escola porque tinham lhe batido, conta Maria da Luz, mãe de uma aluna de com 14 anos. A poucos metros do local onde o pequeno Leandro decidiu pôr termo ao seu sofrimento, Amália e Armindo, pais da criança, choravam em desespero a morte do filho. Em choque, deixavam apenas as lágrimas correrem pela face, questionando as razões que deram origem à tragédia. 'Não entendo como é que isto foi acontecer. Há um ano, ele esteve internado no hospital porque lhe bateram muito, mas nunca mais soube de nada assim tão grave. A água levou o meu filho, levou o meu menino', lamenta Amália, recusando-se a aceitar o que aconteceu

'TIREI A ROUPA PARA SALVÁ-LO
   Christian Gonçalo fez tudo para evitar que o seu melhor amigo levasse até ao fim a vontade de por um fim ao seu sofrimento. 'Ainda tirei a roupa para tentar salvá-lo, mas a corrente era muito forte', recordou ao PM o colega de Leandro Pires. Christian fecha os olhos e as imagens da tragédia voltam em sua cabeça. Não aceita nem consegue esquecer o momento em que viu o melhor amigo desaparecer nas água do rio. 'Começou a ir acima e abaixo, até que não o víamos mais. Gritávamos por ajuda, algumas pessoas que estavam perto ainda tentaram, mas já não havia salvação', contou a criança, com lágrimas nos olhos.

Primeiro publicação do Blog sobre Bullying, escrita dia 26 de novembro de 2013.
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