quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

APOLOGIA AO ESTUPRO "Surubinha de leve"

      Definitivamente eu acreditava que a raça humana não tinha mais como retroceder. Vamos agora falar um pouco sobre história, isso mesmo, porque eu tenho certeza que se algumas pessoas estudassem mais história, teriam um pouco mais de cérebro para poder usar. Século XV, por volta do ano 1500 d.C. (Obviamente). A maior parte do mundo era Monarca, países importantes estavam em guerras religiosas, como a França, Inglaterra e Escócia. Por 2 simples motivos: Rainha Elizabeth I da Inglaterra e Rainha Mary da Escócia.  A maior parte do mundo católico, não aceitava que poderiam existir outras religiões, depois de nomear várias religiões como pagãs. Em 1517 surgiu uma nova religião na Alemanha, o Protestantismo, também uma religião cristã, porem, não aceitada pelo Vaticano e Roma na época que era a maior influência no mundo e que apoiava a monarquia, que acreditava que todo monarca tinha o dever de ser católico, caso contrário, perderia o trono. Porem, os tempos eram outros e mulheres não eram bem vindas ao trono, uma mulher não era capaz de governar na visão dos nobres católicos e muito menos na visão do vaticano. Então a Rainha Elizabeth ascendeu ao trono depois da morte de sua irmã Mary I.  
      O que tinha de especial na Elizabeth? Ela era protestante. A Inglaterra era quase completamente protestante. Pense só, uma mulher e ainda pra piorar, uma mulher protestante era quem comandava a Inglaterra. Não só isso como também se recusava a se casar, por que sabia que tudo o que os homens nobres e os poderosos queriam, era que ela se casasse e pudesse ser diminuída no trono por um homem. Porque no século XV, mulheres só serviam para cozinhar, limpar, reproduzir e como objetos sexuais. Eram raros os homens que pensava diferente, e mesmo quando pensava diferente, não tinha muito que fazer. Se uma mulher fosse estéril, era inútil. Elizabeth não se casou e é conhecida atualmente como “A Rainha Virgem”. Ela se recusou a entregar a sua coroa, que tinha direito de nascença a um homem simplesmente por que os outros achavam que ela devia fazer isso. E Mary, Rainha da Escócia desde os 6 dias de vida, não era diferente. Mary era católica, mas seu país sofreu guerras e guerras religiosas e sua maior parte acabou se tornando protestante. Existia a coroa matrimonial, que dava ao marido o direito de ser rei mesmo que ele não tivesse esse direito desde sua nascença. Mary era ameaçada constantemente a fazer isso por seus maridos, mas não o fez, porque sabia que ela quem tinha sido escolhida pelo sangue para reinar, e não um homem sem a menor linhagem, e ele não o faria por mérito, porque isso para ela não era conquistado, era merecido. 
Fonte: Série Reign (Reinado 2013-2017)

      Vocês com certeza não devem estar entendendo nada, se perguntando por que eu dei uma aula de história em um blog de psicologia. É o seguinte, cinco séculos depois e ainda estamos a par de situações não muito distantes das que as mulheres sofriam no século XV. Hoje, em pleno século XXI, as mulheres ainda não ridicularizadas e humilhadas simplesmente por serem mulheres. Eu já escrevi sobre estupro, sobre como é ser mulher hoje e depois de ver no jornal a noticia que uma mulher foi vitima de um estupro coletivo, do namorado, do primo e de um desconhecido, onde ela bebeu porque confiava nas suas companhias e foi abandonada. Eu tenho que aguentar calada uma música que diz – “Taca a bebida, taca a pic# e abandona na rua.” – NÃO, nem eu e nem mulher que tenha orgulho de ser mulher vai observar isso calada. Nenhum homem pode “tacar” nada em uma mulher se ela não quiser. O namorado dessa mulher foi um monstro, abusou da confiança dela e a internet estava usando isso como piada. ESTUPRO É CRIME. E a partir do momento que o homem fez qualquer coisa com uma mulher sem a sua permissão, é considerado estupro. Não interessas os porquês. Fazer apologia ao estupro em pleno 2018 devia dar cadeia assim que a música fosse ao ar. E me surpreende o YouTube, que bloqueia vídeos por causa de palavrão mas deixa uma porcaria dessa no ar até dar tempo de chegar nos meus ouvidos. A culpa não é do Funk e nem de quem o escuta, a culpa é de quem escreveu, produziu, lançou e escutou esta asneira. Eu vou parar por aqui ou fico aqui digitando a noite inteira de tanto nojo e ódio. EU SOU FEMINISTA SIM, e isso não é uma ofensa!

Pelo menos, essa porcaria foi excluída do YouTube e do Spotify!